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No jogo contra o machismo, de que lado do campo você está?
Foto: © Raquel Freestyle.

No jogo contra o machismo, de que lado do campo você está?

O machismo é um adversário e tanto para a nossa sociedade.

Um problema cultural que atravessa gerações e continentes, e autor de grandes goleadas.

A Ipsos, terceira maior empresa de pesquisa e inteligência de mercado do mundo, avaliou o nível de machismo entre os países, e o resultado teve sabor de derrota.

A China lidera o ranking, com 56%, enquanto o Brasil aparece na 14ª posição.

No entanto, acalme-se. A distância do topo ainda não é motivo para gritarmos gol — no máximo, um escanteio.

19% dos entrevistados brasileiros acreditam que os homens são mais capazes do que as mulheres.

Pode isso, Arnaldo?

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular, e divulgada pelo portal Catraca Livre, mostrou que 96% dos jovens brasileiros afirmam viver em uma sociedade machista.

Como diz um dos principais bordões de Milton Leite, locutor esportivo, “Que fase!” para quem pensou que o 7 a 1 foi a pior coisa que poderia nos ter acontecido.

No mercado de trabalho, não é diferente, outra goleada.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rendimento das mulheres é 27,1% menor do que o dos homens.

Sem contar a falta de oportunidades em razão das profissões rotuladas como masculinas.

Quem nunca se deparou com comentários que tais profissões como engenharia, mecânica, bombeiro, taxista, piloto, juiz, CEO de uma empresa ou até mesmo jogador de futebol são apenas para homens?

A campanha #DeixaElaTrabalhar mostra sua força na internet, e a força das mulheres no esporte.

Lugar de mulher é onde ela quiser

Muitas mulheres estão driblando os obstáculos e marcando grandes golaços na luta contra o machismo, no Brasil e no mundo, evidenciando que o preconceito é apenas um velho hábito daqueles que não conhecem o verdadeiro valor de uma mulher e o potencial de cada uma delas esteja onde estiver.

É fato que o time das mulheres conta com um elenco de sucesso. Só tem camisa 10.

Estou me referindo à Paula Bellizia, que ao contrário do que diz o machismo, tornou-se CEO da Microsoft Brasil. Chieko Aoki, que construiu um império no empreendedorismo. Simone & Simaria, que conquistaram os holofotes na música, entre tantas outras.

No futebol, âmbito em que o machismo também se tornou um adversário clássico, as mulheres estão demonstrando cada dia mais o seu poder.

Não é à toa que temos números impressionantes.

Marta, a nossa rainha do futebol, já levantou a bola de ouro — melhor jogadora do mundo — seis vezes.

Além disso, tornou-se a maior artilheira da história das copas do mundo de futebol feminino, com 15 gols, e maior artilheira da seleção brasileira de futebol, com 101 gols.

Detalhe: contando a seleção masculina e feminina.

Pelé, maior jogador da seleção brasileira de futebol masculino, possui 77 gols.

Uma pausa no texto para parabenizar o Araguari Atlético Clube, considerado o primeiro clube do Brasil a formar um time feminino, em meados de 1958.

No cenário atual, podemos dizer que o futebol feminino é um esporte em crescimento no Brasil e no mundo.

Apesar da falta de apoio da sociedade e das empresas, que pouco fomentam a prática, tanto por parte do investimento nos clubes e nas atletas, quanto no apoio da torcida, encontramos números positivos.

Raquel Freestyle, a rainha das embaixadinhas

Outro grande nome do futebol, agora freestyle, modalidade tradicional que une a paixão pelo futebol com as grandes e belas manobras com a bola nos pés, é o de Raquel Freestyle.

Vídeo: Raquel Freestyle.

A atleta conquistou o mundo por meio de suas apresentações memoráveis e venceu o machismo na busca pelo sucesso.

Isso pode, Arnaldo.

A paulista, de apenas 28 anos, conheceu o machismo cedo — mesmo sem entender, talvez, o que era isso.

Em entrevista à Capricho, contou que frequentou aulas de balé, porque sua família acreditava que o futebol era um esporte muito masculino.

Mas foi no futebol e com o incentivo dos seus pais que a menina tornou-se rainha.

Raquel Freestyle Foto: © Raquel Freestyle.

Em seu último desafio, realizado em julho de 2022, a brasileira permaneceu 10 horas, 22 minutos e 08 segundos fazendo embaixadinhas, momento divulgado na íntegra em seu canal oficial do YouTube.

Mais de um ano se passou, mas, apenas no dia 12 de dezembro de 2023, ela recebeu a placa de reconhecimento do Guinness World Records pelo recorde feminino de “maior tempo controlando continuamente uma bola de futebol”, homologado no site oficial da organização que atesta e cataloga diversos recordes ao redor do mundo.

No jogo contra o machismo, de que lado do campo você está?

Contudo o jogo ainda não acabou.

O mundo precisa do seu apoio para que, juntos, como um verdadeiro time que busca a vitória, possamos acabar com o machismo e decretar vitória a todas as mulheres que tanto merecem o seu espaço.

Ah, você não estará sozinho, é claro.

Junto no ataque, nós temos a Marta — sim, a melhor jogadora do mundo.

Agora embaixadora da boa vontade da ONU (Organização das Nações Unidas), está participando também da campanha #NãoAcrediteNisso, que busca mostrar às pessoas a mentira escondida na frase “mulher não sabe jogar futebol”.

Pronto para entrar em campo?

Bônus: para elas.

Perguntei à Raquel qual a dica que ela dá para as mulheres que estão na luta contra o machismo, para conquistar o seu espaço no mercado de trabalho, no esporte, em busca do sucesso.

Confira a resposta excepcional!

“Superar a si mesma todos os dias, mostrando seu potencial e buscando mais conhecimento e treinamento em prol do objetivo, pelo simples fato de nós mulheres termos que nos provar 10 vezes mais, e nunca desistir.

Muitas mulheres acabam desistindo quando se deparam com o machismo, e não podemos deixar isso acontecer.

Temos que nos unir e lutarmos. O maior adversário do machismo é a própria mulher.

Precisamos nos apoiar e não criticar umas às outras, e vamos dominar o mundo!”.
Divisor | Na cara do gol
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